José de Abreu Bacelar
José de Abreu Bacelar faleceu na Serra Negra por volta de 1766.
terça-feira, 7 de novembro de 2017
domingo, 10 de setembro de 2017
segunda-feira, 31 de julho de 2017
POESIA - Lycurgo de Paiva
A bordo do Vapor Tamandaré
(Recitada por Lycurgo ao Corpo de Guarnição e Voluntários do Piauhy)
Bravos soldados – avante!
Filhos do norte – coragem!
D’aqui bem longe, distante,
Lá nos insulta um selvagem
Agora mesmo arrogante,
Talvez de novo nos fira;
Quem nos dirá, neste instante,
Quem nos dirá, neste instante,
Qu’outras cabeças não
tire?
Ide; correi pressurosos,
Ide ajustar nossas contas;
Ardendo em raiva, - fogosos,
Vingar a mãe das afrontas,
Ide, valentes, - briosos,
Vossos irmãos já lá estão,
Ferros nas mãos, luminosos.
Façam tremer o vilão!
Em Payssandu já s’ostenta
N’alta muralha – o pendão:
Montevidéu – opulenta
Curvou-se humilde à nação:
Resta-nos inda a cruenta,
Essa fatal - Paraguay!
Essa fatal - Paraguay!
Quem, onde o vil se sustenta
Vingar afrontas – não vai?
Neste festim sanguinário
Ide também ser convivas!
Quem não será solidário
Em circunstâncias tão vivas?
Quando à nação do fadário
O negro manto se a’antolha,
Quando no sul um corsário
Em nosso sangue se molha?
Ide vingar a donzela
Q’o manto o vil profanou;
Morta depois – tão singela!
Sem ver o céu que sonhou!;
A flor do vale tão bela,
Q'o monstro a seiva bebeu,
Clama por vós numa estrela,
Q’ lá no céu se perdeu.
O pai a mãe que a pranteiam,
A triste irmã, q’inda chora,
Loucos de dor devaneiam,
Clamam por Deus nesta hora;
Ardendo em fogo alardeiam
Em ais pungentes – vingança!...
No céu q’as nuvens branqueiam
Fitam olhar d’esperança!
Nossos avós - diz a história
Foram tímidos, valentes!
Em honra a essa memória,
Mostrai valor, combatentes!
No campo lá da vitória
Quando o clarim der – avança!...
Não fique um só – vão na glória
Ver, quanto aqui não a’alcança.
Ide cumprir um dever
O mais sagrado na terra:
A pátria – a mãe defender
Ide, valentes na guerra!
Por ela é bom combater.
Em frio chão resvalar;
De luta, enfim, quem morrer
Irá na glória acordar!
E, no correr da batalha,
Ao rijo troar do canhão,
A vossos pés sem mortalha,
Caiu gemendo o vilão;
E como a fera atassalha
A presa, em ódio a bramir,
Assim, de rojo, - o canalha.
Ouça o canhão retinir.
Quando da Pátria, em defesa,
Na luta morre seu guerreiro,
É como estrela que acesa
Revela o céu brasileiro!...
Deste país na grandeza,
No santo livro da
história,
Será sagrado à braveza,
Um brado – de alta vitória?!
Morte, morte ao vilão!
Brado o Piauí nesse instante,
E o echo pela amplidão
Vá-se escoar – retumbante-;
E do ardor – n’altivez-
Lá onde o monstro se perde
Triunfa mais uma vez –
Nosso pendão – auriverde-!
terça-feira, 14 de março de 2017
Atrás de uma herança no Piauí
Interessantíssimo documento revela um pouco mais de nossa história.
Nos séculos XVII e XVIII eram muitos os portugueses que buscavam sucesso nos Estados do Brasil e do Maranhão.
Um deles destacou-se na evangelização e deixou em seu testamento quantias razoáveis para os templos da Catinguinha, da Vila da Mocha, da Freguesia de Santo Antonio dos Alongazes e da Freguesia de Nossa Senhora do Carmo.
Era o Reverendo Padre Tomé de Carvalho, batizado em 26 de janeiro de 1673 no lugar Braga (deve ser Bragada), Freguesia de Santo Aleixo do Tâmega. Seus pais eram José da Silva e Catarina de Almeida,
Era primo legítimo do Padre Miguel Carvalho, autor da livro "Descrição do Sertão do Piauí" e do irmão deste, o capitão-mor Antonio Carvalho de Almeida.
Era ainda irmão do Padre Miguel de Carvalho e Silva (morador no Piauí em 1735).
Era ainda irmão do Padre Miguel de Carvalho e Silva (morador no Piauí em 1735).
Em seu testamento consta possuir entre outros bens a propriedade das Fazendas Vitória, Tranqueira, Caraúbas e Sítio Novo nos Alongares de Baixo, na Freguesia de Nossa Senhora do Carmo da Piracuruca.
Possuía muito gado vacum nessas fazendas e também cavalares na Ilha da Parnaíba ou Ilha de José de Abreu Bacelar (irmão de Luis Carlos Pereira de Abreu Bacelar).
Deixa como testamenteiros seus sobrinhos: Antonio Carvalho e Antonio Sanches, assistentes no Piauí, e um terceiro sobrinho Manoel Carvalho, morador na Bahia.
Esse Manoel Carvalho, sobrinho que teria sido levado para o Piauí com o tio avô Padre Tomé e depois mandado para a Bahia e em seguida para a Universidade de Coimbra é o dr. Manoel Carvalho e Silva Almeida.
Graças a seu esforço para se habilitar à herança do tio padre conhecemos hoje assentos de batismo e casamento importantes para dirimir dúvidas antigas.
Mas a própria Justiça Portuguesa da época tinha suas dúvidas e não se sabe se Manoel conseguiu seu objetivo. Seria esse Manoel Carvalho o sobrinho a quem o padre Tomé dedicou a terça parte de seus bens e ações depois de pagas as dívidas e obras pias?
Quem seria o Antonio Carvalho, herdeiro de Tomé e irmão do Dr. Manoel Carvalho e Silva Almeida?
Nos autos do processo, Antonio Carvalho é referido em 1786 como capitão-mor nos "Estados", vivo e constituído procurador do irmão Dr. Manoel Carvalho.
E sabemos que Antonio Carvalho de Almeida conseguiu a famosa sesmaria da Vitória em 1739, herança do tio Padre Tomé. E que cuidava das fazendas do padre à época da confecção de seu testamento ("assistente em minhas fazendas").
Outros nomes aparecem: Davi Borges da Cunha, Matias Borges Correa, Manoel Francisco Ribeiro.
Tomé revela preferência pelas sobrinhas "fêmeas", destinando a elas parte da herança. Uma delas é Ângela de Almeida, filha mais nova de sua irmã Maria de Almeida com Manoel Sanches.
Outro sobrinho é constituído testamenteiro e procurador: o padre André da Silva (Almeida), assistente também no Piauí, que herdaria todos os bens da casa do tio, se morresse antes o Reverendo Padre Miguel de Carvalho, irmão de Tomé.
Para tirar a dúvida se Manoel Carvalho era o sobrinho a quem se destinava a terça da herança seria necessário fazer a pergunta: "o senhor recebeu um dinheiro de seu tio padre para comprar um moleque... o que fez com o dinheiro?".
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